Tive que te escrever as pressas
uma carta monossilábica,
se chegar em tuas mãos
não estranhe se as palavras não falarem nada
se as reticências tomarem lugar das letras
as vírgulas distanciarem minhas dúvidas
de tuas certezas.
Se a caneta estiver falha
Se a ausência de verbos
Substituírem minha
Passada fala
Se o papel estiver amassado
E branco.
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10 comentários:
sentimento de desespero, de vontade de silencio.
mto bão
Que coisa urgente comentar isso aqui...
Mas nem sei o que dizer!
Deixo em branco, para, não dizendo, melhor dizer...
(já disse que sou sua fã??)
Mas me visita, e vê se minha jura te fere. Só um pouquinho.
bjo
Obrigada pela visita, Júlia! Gostei daqui! vou aparecer, para bisbilhotar com calma! bjs, Flávia
Tá. Vou colocar aqui então...
JURA
Semivogaleie meu atraverso...
Complexa carne de nuvem,
que de tão leve,
tão viva,
tão lírio,
fere.
.
.
E eu juro sangrar a vogal
e a haste da semínima,
escorrer as canções,
as guerras,
feridas.
.
.
Juro despetalar o monossílabo,
ser gota áspera na goela,
arrepiar todos os pêlos
do núcleo do sujeito.
Seminua
sílaba.
.
.
Juro ser incoagulável corte,
fenda descosturada,
uma pontada
nos contos,
na fada.
Doer.
.
.
Juro ser o fio da flor afiada,
púrpura pétala cortante,
atraversar a semivogal,
ferir no verso último.
Ser uma injúria
em Julia.
...
.
.
O tempo, este que é a medida da saudade. Tac-ticando.
O tempo, este que chove lá fora quando chove aqui dentro.
O tempo verbal, e as ações desejadas.
Que coisa linda Júlia, que coisa linda..
Eita q esse é muito bom!!!
Passareui por aqui tbm
de onde vc é?
as maiores revelações a gente dá quando não sabe o que dizer. o silêncio, em alguns momentos, pode nos servir de refúgio. mas, no fim das contas, é mesmo um desesperado grito de amor. o silêncio é como o tímido. é na verdade um exibido, quer se mostrar. seus versos são atrevidos e acabam capturando o que qualquer um de nós preferiria dizer em silêncio.
belo texto. bj
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