quinta-feira, julho 29, 2010

amor, sentimento dissecado

Acredito meu amor, em teu amor ao meu

Como diria uma poeta

Acredito em teu amor

Assim como acredito no sorriso das estrelas que sobrevoam a beijar o céu nublado

Sim acredito

Assim como diria meu coração

Que teu amor é gotejo de paixão

É paixão que fica

E não vai embora

É água que nunca sacia a sede

Sim acredito

Mas amor não sente sede de ser acreditado

E sim sede de ser Mastigado

Ingerido

Como comida pouca

Que não sacia

Mas que pede por mais fome.

Amor é sentimento dissecado

Rabiscado

pronome definido sem artigo

aquilo que se sente

e não se pode crê

a fé que corrompe céticos.




Apenas peço a te

Ao teu amor

Não peça-me crença

Apenas Peço-te

E por te pedir

Acabo por vezes

Perder a mim

Palavra pouca

É que as palavras andam curtas
As letras voam do papel
As frases
Nestas tropeço
Mas não caio
Nem ao menos volto para reorganizá-las.
É
As palavras estão mesmo estranhas
Encontrei-as no ponto de ônibus
Mas estava atrasada e não conseguir alcançá-las.
Agora espero ao próximo ônibus
E como se não bastasse
o cobrador
Quer que pague com os poucos centavos de letras que ainda carrego.
Fazer o quê?
Com isso não da nem pra formar um be-a-ba
Ou ao menos oferecer uma frase gentil a moça simpática que carrega o filho no colo.
Meu destino já está chegando
Pra não ficar feio por ai
conseguir pegar algumas letras que o moço com gravata amassada deixou cair de seu bolso
Acho que não notou, se notou, talvez não quis comentar
ah e acho que nem vai fazer muita falta, foram só algumas consoantes e poucas vogais
tentarei formar um texto, uma palavra, sei la, uma frase
frase talvez sem muito sentido
texto sem rima
palavra pouca
mastigada
engasgada
sem pretérito
acho até que
sem menor efeito.

terça-feira, janeiro 12, 2010

fúria da noite

Dentro da noite veloz
Engatio sorrateiramente pelas varandas dos prédios empilhados
Pincelo ligeiramente meu olhar pelas poucas luzes acesas ao lado
Logo adiante, estrelas respigam sua tinta em meus papeis
Faço um rabisco
Invento poemas
Nada de métrica,nem trema


Dentro da noite veloz
A calmaria se despedaça
A fugacidade se disfarça
O tempo não responde as horas
As horas martirizam minha demora

Dentro na noite veloz
Rapidamente as estrelas são jogadas fora
Ela se desfaz
Joga suas roupas fora
E nos resta,após sua sentença
gavetas trancadas
por um dia feito de fumaça

terça-feira, janeiro 05, 2010

paraíso e partida

Sinto nossas flores se abrirem...

entre tantas rosas
Entre tantas orquídeas
Junto com margaridas
andam de mãos dadas nossos versos,
A cada pétala, uma sílaba
A cada flor
Uma
palavra
uma comida

palavra, comida
que são
soam como Versos
versos revoltos
Envoltos de suor
Suor que pinga
Como tinta
Tinta extravagante
vaga
suave
vagante
Que suaviza
em seguida
mortaliza
a nós
que nos servimos
dos mesmos
em um prato feito
de alma
carne
paraíso e partida

quinta-feira, setembro 17, 2009

nova-mente

Hoje mais do que ontem e menos que amanhã quis-me por perto, quis ser o mar ,o céu, meu asfalto, a selva dos desabrigados, a galáxia dos desalojados, o planeta dos amados.

Quis querer-me ser, quis querer-me
Quis querer-me notar
desde dos fios desgrenhados
dos dedos dos pés em degrau
dos traços nunca vistos
dos traços já desbotados.

Quis-me e por querer-me
quis-me por inteiro.

Desfiz
Refiz Me.

com giz
riz.
por um triz
Desfiz-me
e ao final
refiz-me novamente

terça-feira, julho 07, 2009

a gata,o sofá e o bordado

Queria pintar uma folha
Mas para isso não tenho tintas
Nem se quer sinto palavras.

Vi textos pela manhã inteira.
Em meu café os grãos de açúcar
Eram como letras mudas que tentavam
Pular para fora da xícara a espera de socorro.

Passei para o pão
Mastiguei-o como um mendigo
Enfurecido,
Ansioso para a próxima migalha,

Comi rápido.
Como aquela água que borbulhava na garrafa,
Estava minha cabeça.
Agora, apenas os farelos em meu prato
E alguns no chão - justificados pela minha falta de cordenação
Ou como diria minha mãe,pela minha falta de educação.

Levanto da cadeira e sem pensar em mais nada
Saio correndo pra pular no sofá até ouvir a gata da minha avó
dá o ar de sua graça.

A gata miava estridentemente
É...
Eu acabava de pisar em seu rabo.

Fiz carinho em seu pescoço até acalmá-la.
Logo adiante deixei-a de lado e como queria
segui para o sofá.

Pelas mangas do meu casaco e pelo bordado do meu vestido
escorregavam algumas das poucas palavras que me restavam pelo chão.

“Mais um empecilho”, pensava.

Voltei pra trás, catei as palavras espalhadas
- agora, já estavam molhadas das lambidas da gata
Que as fuçava querendo talvez descobrir se tais palavras eram alguma espécie de alimento ou uma nova linha de barbante –

Agora que consigo chegar no bendito sofá, não sei bem o que faço com essas palavras.
Algumas estão gritando e outras estão bem pegajosas da baba da maluca da gata, então bordei essas mais insistentes, saindo uma coisa mais ou menos assim

“Me jogue em sua contramão
Não importa em que tráfego.
Em qualquer direção.

Ninguém irá saber

Minhas palavras estarão em branco
Meus beijos serão confissão.

Ninguém irá saber

Entre tantos carros
Entre tantas ruas
Em sua multidão
ninguém irá nos reconhecer

Ninguém irá saber.”

Antes de terminar, a gata puxou o que tinha bordado e escondeu,
Escondeu de mim
Não sei, mas talvez tenha rasgado esses versos que insistiam em não serem bordados.

sábado, maio 02, 2009

Peroba do Campo Harmônico -



Para Lucas

Correndo entre as flores secas te encontrei,
Enquanto meu vestido sobrevoava
Meus cabelos gotejavam
meus pés descalços não se importavam
Se pisavam em espinhos ou pedras.

Sei que corria
Corria com a velocidade de quem teme
Mas quase nunca temia
Corria com a velocidade de quem foge
Mas querendo ser encontrada
Corria com pressa de chegar
Corria com a promessa de te encontrar
Por vezes perdia o fôlego
Por vezes pedia-te
Perdia-me.

Anoitecia
Tropeçava entre os galhos
Nocauteava o vento
Fechava os olhos
seguia a obviedade dos labirintos
a sobriedade dos famintos
a eternidade do amanhã
o desnudo
o veludo.

Amanhecia
Corria
Entardecia
Te conhecia
Anoitecia
Por horas,não mais corria.

Ali
Entre flores secas
Galhos tortos
Meu coração sobrevoava
Meu fôlego palpitava
Minhas tintas te pintavam
Tua música me tocava.

sexta-feira, abril 17, 2009

Sr. Quase

”Tento te escrever mas a caneta não pulsa
Tento te desenhar mas o lápis não risca
Tento te pintar mas a tinta encontra-se translúcida...”

A partir do que foi citado pela vítima
Fica declarado que essa semana
o sr. Quase arrematou-a
Rebateu seus órgãos
Esgoelou seu amor
E amores

Segundo a testemunha
Tal incidência ocorreu entre
A esquina da rua saudade
Com a rua vontade.

Foi certificado que o acusado
Ataca com freqüência
Mulheres que vestem-se de
Confusão e carregam
Maletas de paixão.

Sr. Quase foi preso
Logo após a vítima ceder
Suas vestes de confusões
E quase ter cedido a sua preciosa
Maleta de paixão.

A vítima encontra-se salva
recupera-se aos poucos.

Sr.Quase já confessou que
Realmente tentou esgoelar
O acompanhante da vítima
Sr.Amor,porém sem êxito,
Relata que até temeu a força
De tal acompanhante.

Sr Quase espera a sentença
Mas pelo que tudo indica será preso
E não poderá mais ameaçar a perda
De pedras de paixão e assassinato de amores,
O acusado tornar-se-á
Nunca Mais.

domingo, março 15, 2009

....

Via e revia aqueles corpos mortos
Pensava,medicina não tem nada de literatura
Claro.
Mais fórmulas de bioquímica
Radicais e seus derivados
Pensava,medicina não tem nada de literatura
Claro.
Tecidos,glândulas,células,
E mais uma vez,
Cadê a literatura?

Convencida da ausência
Tratei de estudar o óbvio
Esquecer o romantismo
de olhos fechados
escondi meus vícios.

Passei a ser bússola
Dado viciado
Fórmulas
Fisiologia
Até anatomia.
Gostava daquele ritmo
Mas precisava da música
Gostava da teoria
Mas faltava-me alegria.

Sem pensar em poesia
Fomos conhecer a ciência fora do papel
Sem fórmulas para seguir
Sem teorias para cuspir.

Não esperava,mas de repente
Ela sorriu para mim
Perguntava de onde vinha
E foi se apressado em se apresentar
Vestia roupas velhas
E era linda
Me apresentou para alguns amigos
E só naquele momento
Encontrei o que tanto procurava.

Ali,
A literatura me abraçou
Não tinha braços nem pernas rimados
Não tinha olhos simétricos
Não tinha quase nada
Mas era poesia
apesar de alguns a chamarem de rabisco.

Era viva
Era mais que tronco,cabeça e membros
não era feita no papel nem a caneta
ou melhor,saia do papel e da caneta
era osso
carne
era gente de verdade
brotando
da alegria
do discreto sofrimento

sábado, março 14, 2009

te vejo quando puder

Vontade de fechar os olhos e senti a pontinha do seu nariz
No meu rosto
E depois quando abri-los vê o seu sorriso no canto da boca.
Vontade de não ter nada pra fazer com você
Mastigar seu chiclete sem açúcar
E até comer a folha do pé de pitanga da casa da mulher chata
Só pra vê você esperando se gosto do suposto gosto delicioso
Que não sinto.
Vontade de voltar pra casa de mãos dadas
de te beijar antes de atravessar a rua
e depois de alguns minutos olhar você já distante
com seu passo despreocupado.
vontade de te chamar pra comprar bala na padaria
e ficar lendo revista e gibi enquanto não chega.
vontade de te mostrar minhas músicas inacabadas
de prometer que vamos prestar atenção no filme
até o final
de sentir que sou tão sem jeito e desligada como você
de sentir a sua falta de vaidade
de só precisar falar menos de cinco minutos ao telefone
porque não gostamos disso
de ficar chateada quando fala mal do Caetano Veloso
vontade de não precisar pentear o cabelo pra te ver
vontade de te ve no próximo dia.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

me emprestem um dicionário

Reformaram a gramática nessa madrugada
Os acentos foram jogados
Para longe daqui.
Algumas notícias alarmam
“acentos prejudiciais a comunicação
entre os países são enviados a um campo
de concentração”.
Tremas foram retirados
Substituídos pelo grave
A situação anda aguda
E poucos acentos tentam
Reverter o “tremor” das mortes.
O império das frases
E os colonizadores desses acentos
Impedem uma ajuda acentuada
E em menos de vinte e quatro horas
É vigorada a comunicação em latim
E em grego na faixa palestina da gramática.

sábado, fevereiro 14, 2009

o meu amor

Composição: Chico Buarque

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Descendo a montanha

Lá do alto da montanha
Gritei teu nome
Para ouvir meu codinome
Levei um verso rimado
Um lápis afiado
Mas as estrelas me disseram
Que ali não tinha papel pra escrever tudo que quero,
Só se usasse as nuvens
Como remédio das palavras
E eu toda sem graça
Fui...
Lá pra cima das nuvens
Escrever meu verso rimado
Com o lápis afiado
Mas as luas avisaram
Que logo ia chover
E as nuvens assim mancharam
Tudo o que eu tinha te falado.
Triste desci as nuvens
Triste desci as montanhas
triste senti a chuva
E também triste senti as palavras
Mas no meio do caminho
Você estava lá
Você estava lá
Carregava um pote cheio de água.
Lá tinha água rubricada
Lá tinha água bordada
Lá tinha meu verso molhado
Junto ao teu abraço rimado.

sábado, dezembro 13, 2008

Desafinando II

Desculpa-me
Por meu verso sujo,
Minhas palavras se embriagaram
Nesta madrugada.
Todos os acentos
Deslizaram do papel
E só restou o rabisco.
Rabisco meu
Sem pausa ou interrogações
Que transpassa a lente dos seus óculos
A onda dos seus cachos
Rabisco meu
Falho e sujo
Que sobra nesse papel amassado
Embrulhando o que resta de sóbrio
No meu estranho jeito
De te dizer que és como um baixo
Preenchendo em som grave
Os vazios da minha música
Mal tocada.

segunda-feira, novembro 10, 2008

sent(ir)me


Sinto-me
Sem imperativo
subjuntivo
Pretérito sem efeito
Artigo indefinido

Sinto-me
Sujeito simples
Pronome desconhecido
Sílaba sem tom
Palavra sem tônica

Sinto-me
Verbo sem regência
Erro gramatical
Qualquer coisa
Fora de morfologia
Sintaxe ou grafia

Sinto-me
Sem parênteses
Sem frases ou acentos

Sinto-me texto rasgado
Verso riscado.

Sinto por sentir-me semivogal
Em minha tônica final

segunda-feira, outubro 27, 2008

meu amigo,

Passei o dia contando-me pelos ponteiros
Ponteei-me e perdi as contas
Já tarde acabo de achá-las
Empoeiradas,quase desbotadas.
Começam logo a gastar da própria cor
Transcrevendo-me teus gostos desgastados.

Na grafia grafitavam a ponta do teu lápis
Que agora só permanece quebrado
Me quebrando junto ao teu compasso
Pedaço.
Pedaço teu sem espaço
Para mim
Ou desgraçados.

Amassei a grafia
Conjuguei as contas
Procurei teus gostos
Bati em tua porta
Não tinha chave,não tinha nada.

Fui embora...

mas
uma voz torta
Chamou
Forcei-me a ser surda
Mas ouvi até as vírgulas
e saliva.

Eram teus gostos
Diziam-me que foi levado
pelo beijo
pelo desejo
da beleza de uma moça.

feliz
fui embora...

agora
uma voz mansa
Me afogava
Talvez era ela- sua Maria-
Que tanto falava
Mas tinha osso,um pouco de carne
sem milagres
sem Jesus
sem fé
carregava apenas tua cruz.

Escutei as poucas palavras
Dizia-me o que teus gostos falavam
Mas contou-me sobre a destreza
O crime
A desgraça
Da moça,daquela beleza.

Deu-me teu novo endereço
meu caro amigo
e agora
diante de ti
olho nos teus olhos
olhos distantes
leio teus versos
versos destoantes
aperto tuas mãos
mãos frias
sem forças
inebriantes.

vejo ela a te fazer companhia
vejo dentro do teu corpo
órgãos
na água que come
na comida que bebe
nas palavras que vomita.

antes de vir
me alertaram
alguns me disseram que tal moça
se chamava inteligência
outras,doença
poucas, doçura
mas Maria disse-me
que seu verdadeiro nome
era Loucura.

segunda-feira, setembro 15, 2008

cala-frio

Apago esse poema e reescrevo
Meu único verso anda demorado
Desacelerado.
Pinto a primeira palavra
Mas ela se desfaz
Pulo para próxima
Ela boceja e volta a dormir.
Insisto na terceira
Essa desatina e foge
Sem rumo
Sem espera
Foge da ponta da caneta
Do papel
De mim.
Cansada,espero
Espero que esse verso me ligue
Espero uma única chamada
Mas ele se demora
Talvez tenha perdido meu número
Endereço
Meu apreço.
Esqueço de uma possível lembrança
Jogo os papéis e a caneta no lixo.
Surpreendentemente,o telefone chama
É ele,meu verso
Anuncia com voz mansa
Que não achava palavra certa
Nem métrica
Então se rendeu ao clichê
Dizendo-me um tal de eu te amo.

sexta-feira, agosto 29, 2008

teu canibal codinome

Minha antropofagia
Minha vida vadia
Que tanto sacia
Tua carne
Tua farsa
Minha faca
com teu sangue

Essa caça que tanto consome
Tua pele extinta
Essa presa tardia
Tua guitarra -agora sem garra-
teu nome.

Como predador
Quero tua dor
Nosso odor
Tua mais rica flor
Em fervor.

Como presa
Quero ser tua comida
Quero tuas mordidas
Quero ser tua fome
íntimo e codinome.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Escambo

-Dê-me um acorde
Não mais que um
Porém o completo.
Peço-te os três tons e meio
E mais nenhuma nota
E mais nenhum acorde.
Mas peço - ti
O mais completo.

-Dou-te o acorde que me pede
Em troca recebo a chave
Para dedilhar as primeiras cordas
Da fechadura dessa escuridão
Mas não prometo te proteger
Dessa imensidão.

-Quebrei a chave em notas
Só poderá dedilhar
Se calcular o tempo
Da conjugação
De cada palavra morta.


-então,
Prossigo sem o semitom
Semeando um único tom
Desse estranho dom.
Adeus!

julho 2007

quinta-feira, agosto 14, 2008

sexta-feira, agosto 08, 2008

noticiário

Sábado me socou
Obrigou-me a transar-se ao medo
Desgrudar as lembranças dos lençóis
Arrancar o perfume das roupas
Vomitar o desejo na privada
Sentir-se desacompanhada para sentir de novo
o beijo do novo.

A chuva chegou
A lua gemeu
E o amor não agüentou
Correu tangencialmente,
Despediu-se de mim
E me despiu.

Nua
Sem chaves
Ou lembranças
Traguei sussurros
Tossi os toques
Embriaguei-me com
Novos versos
Outras vozes
Outro acorde.

Sábado se findava
A carne salpicava,
Pés mudos
Corpo sujo.

Domingo me acordava
Minha cabeça jogada na calçada
Meu corpo na almofada,
Ligo a TV
E o noticiário alerta um grande acidente
Um atropelamento.

O carro não capotou
Nem atingiu postes
Nem a eletricidade
Continua tudo intacto
Apenas um morto.

Testemunhas dizem que vítima foi culpada
Tinha instinto suicida
Estava com comportamento alterado
Não queria ouvir nada
Se jogou intensamente na frente do carro.


Desligo a TV
Procuro minha cabeça na calçada
Configuro-a novamente
E o atropelado me aparece
Estraçalhado, sem veias e artérias.

Era ele,
Dava-me o último adeus
Um beijo na testa
E seu coração parava de pulsar.

voltei para TV
e outro canal anunciava o mesmo acidente
“morre na madrugada desse sábado,o amor,vítima de atropelamento”.

domingo, agosto 03, 2008

estômago de plástico

Gritei em ângulo agudo
Ceguei os tímpanos da paixão
Voei em ângulo rasante
Senti meu corpo estraçalhar-se na contramão.
Cambaleando, cruzei a avenida principal
Lojas decoradas,pessoas mau tratadas.

Com fome,
Entreguei-me ao lixo mais próximo
Comi de beijos incompletos a amor estragado.
Comidas doces, recebiam o nome de Verdade
Salgadas,o nome era Mentira
Amargas,para quem não sabia ler,
Dizia que era Saudade.

Nutri-me meses com comidas doces e amargas.
Completando o grau de obesidade,
O fabricador chega repentinamente
Esclarece meu engano.

Agora
comidas doces e amargas se chamavam Ilusão
E as salgadas,era a tal verdade
Sem elementos fabricados ou temperos de plástico,
As quais nunca provei.

Even In The Quietest Moments - Supertramp


Even in the quietest moments

I wish I knew

What I had to do

And even though the sun is shining

Well I feel the rain

Here it comes again, dear


And even when you showed me

My heart was out of tune

For there's a shadow of doubt

That's not letting me find you too soon


The music that you gave me

The language of my soul

Oh Lord, I want to be with you

Won't you let me come in from the cold?


And even though the stars are listening

And the ocean's deep

I just go to sleep

And then I create the silent movie

You become the star

Is that what you are, dear?


Your whisper tells a secret

Your laughter brings me joy

And a wonder of feeling

I'm Nature's own little boy

But still the tears keep falling

They're raining from the sky

Well there's a lot of me got to go under

Before I get high


Don't you let the sun disappear

Don't you let the sun disappear

Don't you let the sun be leaving

No, you can't be leaving my life

Say that you won't be leaving my life

Say that you won't be leaving my life

Say won't you please, stay won't you please

Say won't you please, stay won't you please

Lord, won't you come and get into my life

Lord, won't you come and get into my life

Say won't you please, stay won't you please

Say won't you please, stay won't you please

Oh Lord, don't go


And even when the song is over

Where have I been

Was it just a dream?

And though your door is always open

Where do I begin

May I please come in, dear?

sexta-feira, junho 27, 2008

Desafinando

E se choro
É porque me tens enlatada
Configurada em uma pequena caixa
Trancafiada em uma ilha devastada.

E se sofro
É porque ainda tenho teu gosto amargo nos lábios
Teu cansaço a me perfurar as vértebras
Teu perfume sem frasco em minhas vísceras
Impregnado em meu corpo
Suor, saliva.

Mudo os rumos
Mas voltam-se as calçadas sujas de nós dois,
Os carros apressados e tua brevidade
As ruas escuras e teu cuidado
Teu desenho, teu relapso.

sábado, junho 07, 2008

Para ninguém

Pelas ruas
Esbarro em alguém
Na faixa de pedestres
Corro rápido para ninguém
No ônibus lotado
Segurada por outros
Estou aquém.

Logo cedo
os carros a colidir
as paralelas a me nutrir
e o trânsito esmagador
atropelando minhas artérias
no centro de um cruzamento.

No caminho de casa
Engulo ruas distorcidas,
Placas sem siglas.
Multiplico minhas dúvidas
Subtraindo
A vontade de chegar.

E se chego
Choro meu grito desafinado das ruas
Exponho minhas artérias feridas nuas
Para olhos e ouvidos
De ninguém.

sábado, maio 31, 2008

Discurso direto

Deveria escrever talvez com palavras mais arquitetadas
mas me faltam na língua,quando na verdade
quero te surrar com uma porrada de raiva.
Te digo meu belo príncipe
Que não há locução adjetiva mais bela que um simples filho da puta
Que não há reza,nem macumba mais crédulas que um vai se fuder
Que nem a modesta e intocáveis semântica,sintaxe impõem calma em
Meu pequeno jogo de palavras.

A verdade é que meu grito se cansou de ser abafado
Minha poesia se desgasta quando pra sua ilustre pessoa
E esgotada vou ficando.

Cansei dos leros leros e acasos
Do que é possível ou impossível
No peito de uma adolescente insensata
Pulsa tua frieza e mais nenhuma despedida.

quinta-feira, maio 29, 2008

wind of station

In my mind sand is exploding,
Slowly
Close my broken heart
as whom already tires of believe.

"no one is guilty in this game", he told me
But those who suffer know
This is just a big sugarcoated window of words

I don’t want you to see me as a child dreamer
I don´t want you pray to
a deceived daughter
just feel my song different from yours.

Today
you eat what they give
but
don´t wish the same for me!

domingo, maio 11, 2008

Lúcida

te vi partir,
a cidade não parou
os sinais continuaram sendo vermelho
o sol nascendo
os pobres empobrecendo.

as ruas não foram interditadas
nem se fez
um minuto de silêncio
o sino não tocou
o país ainda não fala bom dia
os postes continuam por beijar
a solidão da rua
com luzes de melancolia.

e então tudo o que tenho pra dizer
é que os dias estão indo
a chuva nos desvaindo
minhas mãos sem as tuas
meu corpo sem abraços
meus nervos sem aço.

Sobre túmulos e espinhos
Distância e passos vazios
Te falo frágil,sem lágrimas
Que sobram flores e rosas
não mais regadas.

terça-feira, maio 06, 2008

Apenas não estranhe

Tive que te escrever as pressas
uma carta monossilábica,
se chegar em tuas mãos
não estranhe se as palavras não falarem nada
se as reticências tomarem lugar das letras
as vírgulas distanciarem minhas dúvidas
de tuas certezas.
Se a caneta estiver falha
Se a ausência de verbos
Substituírem minha
Passada fala
Se o papel estiver amassado
E branco.

segunda-feira, abril 28, 2008

Tenho guerras para lutar
mas não tenho arma
tenho ferimentos para cicatrizar
mas o sangue não coagula.

com o silêncio,atiro uma
duas
três balas
e nada é atingido.

caio em trincheiras
os ratos me massageiam
durmo pelas beiras
os cadáveres chamam por meu nome
queimo-me na fogueira
assustado tento subir.

Fraquejando
desejo apenas ter fome
fome que alimenta
a dos miseráveis
dos desvendáveis.

Tu que não crês
Aclama por deus
Eu que sou louco
Pedi permissão.

Os dias vão passando
A guerra pulsando
O zinco fritando
as ruas nos chamando:
-Tem alguém por ai?

sexta-feira, abril 25, 2008

era uma vez...

Os contos encantam as fadas
Reinam no tempo das mágoas
Cinderelas adormecem
Brancas de neve padecem
Enquanto Alice não se submete

Príncipes agonizados
Chicoteiam os maus tratados
Cavalos andam sobre os patos
Os atos são para os censurados.

Dizem que uma vez se era
Não existe mais sol nem primavera
Só as belas
Só as celas

Alice flutua na rotina do saber
Escala as montanhas até enlouquecer
Vai voando sobre o céu
Engolindo quem for réu


Dizem que uma vez se era...

sábado, abril 05, 2008

Aquela

Se a verdade que é dita,
Alimenta a fome
Mata o homem.
Prefiro a mentira!

Aquela
Que os padres condenam
Como atentado de Lúcifer.

Aquela
Que a faxineira a usa
Em seus dias de desmaio.

Aquela
Que o presidente
Desgarra em seus discursos
Como problema ás suas teses de teatro.

Aquela
Que os pais a temem
Quando seus filhos começam a voar.

Aquela
Que a religião se contrapõe
Suspendendo suas palavras de doutrinação.

Aquela
Que os capangas não enxergam
Para sobreviver da subordinação.

Aquela
Que apenas os ditos como sonhadores
A tem como verdade!
Das fumaças saia dinheiro
Mais o ctrl alt
E sua tecnologia.

Nas calçadas as cóleras e seus deletes
As putas e seus versos
Os poetas e seus infernos

Nas ruas não há meninos
Nos meninos não há asfalto
No fundo da garrafa
O odor da rosa à essência da cor
Da cola.

Vi silva,vi batista
Vi vilela,vi calheiros
Na protuberância do circo brasileiro

Do sertão ao cerrado
Da caatinga ao extremo da América de trapos
Os rebanhos emergem
Os campos adormecem
Enquanto o império nos converte.

Marco o ponto
volto para casa
volto para o aconchego de minha mulher sagrada
Respiro,penso
Logo sento à mesa no lamento

Nutro a multidão
vou dormir liso
Com apenas o número
De minha identificação.

01-12-07

segunda-feira, março 31, 2008

Amor covarde

Esquece esse coração imotus
Dono de cronômetros
De rígidos dinamômetros.
Calabar dos que sentem
Monalisa fugitiva
De quem me sente.

Esquece dos abalos
Dos abadalos.
Dos mendigos limpos
Dos cobradores ricos
Das domésticas fracas
Desse peito contido.

Esquece,
A estética falha
Da imaturidade quadrada
Da falta do que dizer
Da rima sem vogal,
Do medo estridente
De uma semivogal.

na verdade,
não esquece.

quarta-feira, março 26, 2008

virtual

como dita a regra
a paixão foi se perdendo.

a agonia do desejo
já não desgarra o coração
outrora,carnavalesco

as músicas já não sooam
como uma valsa a dois

as belas
simples frases
não mais encantam
e as emoções,mais uma vez
são amenizadas e jogadas
na pasta dos documentos da memória

Clandestina

Como uma garganta entalada
Sentir esse tal de sentimento
Entalar-me por inteiro.
Olhei de um lado ao outro
Mas só mirei o que te formava.

Como quem foge da saudade
Preferir meu silêncio
A descrever a desgraçada verdade.

Me privei
Fugi de mim
Tentei até prostituir
O que sinto pelo que
Nada há de se sentir.

Fui em Himalaia
Contornei Guatemala
Quebrei as pontes que traziam-me
Para mim
Retorci os automóveis
Minhas pernas e estradas.

Feliz por não me achar
Descobrir um novo país
Passei pelas divisas clandestinamente.
Tinham poucas companhias
-talvez apenas duas-
As quais não deixaram-me retornar.

Peguei carona em um caminhão
Velho,abandonado
Quase parado.

Sem perceber,
Voltei ao início.
No primeiro outdoor
Tinha escrito minhas palavras
Em tua grafia,
Pedi pra voltar
Mas era tarde
Já tinham reforçado a segurança de nossas divisas
E por aqui,em teu país,fiquei
clandestinamente.

16-03-08

segunda-feira, março 24, 2008

lições de sala

A menina ficou sem voz tentando explicar a professora que Nada sempre será núcleo do sujeito

terça-feira, março 11, 2008

olhando de olhos abertos

confesso que por segundos
acreditei nas métricas
perfeitas de tuas palavras
nas rimas compostas da tua voz
no livre decassílabo-ou não-
de nós
na eloquência noturna
de tuas mãos
no verso mais bandido
da tua boca.

ontem se foi
amanhã talvez será
mas tu me faz acreditar
que não és amante
nem senhor
mendigo ou doutor
apenas poeta

domingo, março 09, 2008

Promoção ré-lâmpago

Estou a um passo do tráfico
Venderei todos meus vícios
E ilusões
Minhas drogas são das baratas
Minha mochila está carregada
Trago fardos a pó
Amores enrolados em sedas
Encantamento no chá
E um pouco de inocência
Transformada em nicotina

Quem irá comprá-los
Quem irá tragá-los
E queima-los para mim?

terça-feira, março 04, 2008

síntese

enfiando-me guela a baixo
um buquê de rosas,
os espinhos vomitam a beleza na descarga....

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

amargo sabor doce

o café acaba mais uma vez logo cedo.
a língua queimada
sente o abraço da cafeína,
a boca anestesiada
sabe que existe açúcar,
mas antes de mais uma colher doce
o sabor amargo
se transporta por entre os dentes
dança para a gengiva
cospe na saliva
mostra as nádegas ao céu da boca
e estupra novamente
meu gosto,minha timidez,minha vontade
minha língua.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Lado b do bar

De um lado ao outro
As gargalhadas em fúria,
A fumaça dos cigarros
Cheirando o ópio dos fadigados
Os berros e juras
Dos alcoolizados.

De um lado ao outro
A música suja
Se entrelaçando as falas
Dos desgraçados,
Os olhares em abstinência de sinceridade,
A última gota de cachaça
Para mais um segredo assassinado.

De um lado ao outro
A conta encerrada
E as vidas voltando-se
Para o sofá furado
Da ressaca.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

rotina

..............................................................................Acordo
..........................................................cinco minutos
.................................................................Pra levantar
.............................................................quatro
.............................................Pra se lavar
..........................................três
.....................Pra se trocar
.................dois
Pra comer
um
Pra nos
s
a
l
v
ar
.

domingo, fevereiro 17, 2008

...

Hoje,sentir
Aquilo que costumo chamar
De num sei o que.
Hoje,deslizei
Te cantei meus versos
E dei rasteira em minha razão.
Hoje,revivi
nossas promessas
E jogos infantis
A beira do mar dos sonhos e das ilusões.
Hoje,ouvir teu blues
Mais excêntrico
mais improvisado e desajeitado
Que meu velho jazz inofensivo.
Hoje,batuquei minhas feridas
Quase mortas
E te fiz culpada
Da falta de cicatrização.
Hoje,rasguei minhas gravatas
E te pus no ápice de minha gola.
Hoje recriei uma nova palestina
Em teu olhar
Te fiz judia e eu,um mero cristão.
Hoje Fui dormir em shangrila
E Amanhã
acordei sem teus beijos
Bombardeado em Bagdá.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Mesmo que para te sentir
Tenha que entregar meus órgãos
Tenha que sacrificar meus óvulos
Meu prazer

Sinto contigo meu ventre pulsar
Minha origem gritar
Minha estação desabrochar
O peso de ser o que sou e o que ainda poderei ser.

De modo explícito
Te surro com palavras
Desejo nunca ter te conhecido
Prometo até,te destruir,
Mas logo fico sem forças
Pois em te
Encontro o ápice da delicadeza e da brutalidade
Se fundirem a me tornar mulher.

*ode a menstruação.

conversas com emi

quarta-feira, janeiro 30, 2008

ao ler mulheres desiludidas,simone de beauvoir

Quando não podia mais sentir
O amor,aquele deus mendigo
Me configurou
Mexeu em minhas cores
Em meus corcovados
Arrancou-me do preto e branco
Nocauteou-me para a sépia.

Como se não fosse pouco
Caçoou dos meus desenhos e anseios
Das minhas telas e músicas
Das minhas curas e loucuras
Da minha memória.

Me tomou em um só gole
Deixando-me em uma gota
Me tragou como um cigarro rasgante barato
Me surrou no meio fio
De uma periferia mórbida

E quando não tive mais força
Ouvi dizer por ai
Que o amor é lindo.

domingo, janeiro 27, 2008

Para eles

Of........u........s.........c a n t e..........vai ficando
A tela em creolina

...........A tinta a gasolina
..........................Os p............s
..........................................a s.o.s ................em surdina

Os planos para improvisar.



A simbiose humano máquina
Carne aço

...............................e........
...........................t..........
.........................n .........s
.....................e..................
.................d......................t
.............i.............................
...........s................................a
......e........................................
....r...........................................d
P...................................................o
.........Proletário agonizado............

....................................................................................p
.....................................................................ra....../........a
................................................................t............/....ssa
Em cordas e lamentos............................l......../............d
Os olhares ...................................u................./..................os



Em livros e gritos
Os turvos pensamentos
Em surtos e alienação
Nossas pautas arrastadas
surradas
Consideradas como
Simples acaso da utopia e da ilusão.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Planejamento urbano

O lúcido e o translúcido,o papel e a folha riscada,são como fadas estupradas.

Na cidade as coisas são assim,de modo transfigurado ao fantasiado,os gatos são espertos e os cachorros são os domesticados,as guitarras são ouvidas e os baixos,simplesmente,descartados.
O combustível que engolimos,a velha que dá o bom dia sem ouvir retorno,o porteiro que ouve o programa policial as seis da manhã,até o morador desconhecido do teu prédio,que obrigatoriamente te faz companhia no elevador,são todos rabiscos de um projeto qualquer do arquiteto urbano.

sábado, janeiro 19, 2008

remissivo

Volto a te escrever
Amaciando o papel com a ponta fina do lápis
Recriando as palavras
Em suas formas mil.

Volto a te ler
Nos bares pelas esquinas
Nos olhos dos drogados e embriagados
No mergulho dos naufragados e viciados.

Volto a te ver
Nos versos velhos
Nas músicas rasgadas
Nos estudantes revoltados
Nas domésticas enfadadas.

Perguntas pelos cometas
Te respondem as estrelas
Que voltei
Mas já estou de partida.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Son-ância

Sou a mais íntima musica externa
Que rasga os lábios
De quem se atreve cantar.
Sou a poesia morta
Que com o pessoal comum milagre
Reencarna modificando
Os sentidos de seus versos.
Sou a paz de minha alma contida na guerra
De meu corpo.
Sou o ritmo do tempo
Que envolve os acordes
Do perfume dedilhado das flores.
Sou todas as pessoas conjugadas no tempo
Sou o tempo conjugado
Nas pessoas.
Sou morte para ser vida
Sou areia para ser castelo
Sou tristeza para ser alegria
Sou ação para ser conclusão.
Sou antítese em plena personificação.

domingo, agosto 12, 2007

assim

........Fui baleado por navegar na nostalgia futura
Remitir o que penso sem pensar
......De um minuto arranquei meia hora
Entorpeci o que sentia e o que não podia sentir
.......................Fui andando,correndo e por um lapso
Naufraguei.

................................................................................Os espelhos me refletem
............transgrido agrido e grito
Sem maios,cem raios
Senti o que tinha nexo
...............E subverti o que era anexo.

segunda-feira, julho 16, 2007

Recomeço



((Dos pés á cabeça))