segunda-feira, abril 28, 2008

Tenho guerras para lutar
mas não tenho arma
tenho ferimentos para cicatrizar
mas o sangue não coagula.

com o silêncio,atiro uma
duas
três balas
e nada é atingido.

caio em trincheiras
os ratos me massageiam
durmo pelas beiras
os cadáveres chamam por meu nome
queimo-me na fogueira
assustado tento subir.

Fraquejando
desejo apenas ter fome
fome que alimenta
a dos miseráveis
dos desvendáveis.

Tu que não crês
Aclama por deus
Eu que sou louco
Pedi permissão.

Os dias vão passando
A guerra pulsando
O zinco fritando
as ruas nos chamando:
-Tem alguém por ai?

6 comentários:

leila saads disse...

Sem armas e sem esperança não se vence essa guerra.

:*

Yara Souza disse...

Ferimentos não coagulados.
O silêncio como arma.
Uma guerra pulsando
sem deuses, sem permissão...

De versos, estás bem armada.

Yara Souza disse...

Ser verso. Complexa carne de nuvem
que de tão frágil, suavíssima,
que de tão leve,
tão viva,
tão lírio,
fere.

Ser fio de faca afiada.
Ser uma pontada,
dor despontada.
O último verso,
uma injúria
em Júlia.

Lee disse...

a faca que fura!
:*

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafael J. Albuquerque disse...

dos poucos que eu li, esse foi o que mais gostei. prometo voltar de novo! escreve muito bem!! ;**