quinta-feira, julho 29, 2010

amor, sentimento dissecado

Acredito meu amor, em teu amor ao meu

Como diria uma poeta

Acredito em teu amor

Assim como acredito no sorriso das estrelas que sobrevoam a beijar o céu nublado

Sim acredito

Assim como diria meu coração

Que teu amor é gotejo de paixão

É paixão que fica

E não vai embora

É água que nunca sacia a sede

Sim acredito

Mas amor não sente sede de ser acreditado

E sim sede de ser Mastigado

Ingerido

Como comida pouca

Que não sacia

Mas que pede por mais fome.

Amor é sentimento dissecado

Rabiscado

pronome definido sem artigo

aquilo que se sente

e não se pode crê

a fé que corrompe céticos.




Apenas peço a te

Ao teu amor

Não peça-me crença

Apenas Peço-te

E por te pedir

Acabo por vezes

Perder a mim

Palavra pouca

É que as palavras andam curtas
As letras voam do papel
As frases
Nestas tropeço
Mas não caio
Nem ao menos volto para reorganizá-las.
É
As palavras estão mesmo estranhas
Encontrei-as no ponto de ônibus
Mas estava atrasada e não conseguir alcançá-las.
Agora espero ao próximo ônibus
E como se não bastasse
o cobrador
Quer que pague com os poucos centavos de letras que ainda carrego.
Fazer o quê?
Com isso não da nem pra formar um be-a-ba
Ou ao menos oferecer uma frase gentil a moça simpática que carrega o filho no colo.
Meu destino já está chegando
Pra não ficar feio por ai
conseguir pegar algumas letras que o moço com gravata amassada deixou cair de seu bolso
Acho que não notou, se notou, talvez não quis comentar
ah e acho que nem vai fazer muita falta, foram só algumas consoantes e poucas vogais
tentarei formar um texto, uma palavra, sei la, uma frase
frase talvez sem muito sentido
texto sem rima
palavra pouca
mastigada
engasgada
sem pretérito
acho até que
sem menor efeito.

terça-feira, janeiro 12, 2010

fúria da noite

Dentro da noite veloz
Engatio sorrateiramente pelas varandas dos prédios empilhados
Pincelo ligeiramente meu olhar pelas poucas luzes acesas ao lado
Logo adiante, estrelas respigam sua tinta em meus papeis
Faço um rabisco
Invento poemas
Nada de métrica,nem trema


Dentro da noite veloz
A calmaria se despedaça
A fugacidade se disfarça
O tempo não responde as horas
As horas martirizam minha demora

Dentro na noite veloz
Rapidamente as estrelas são jogadas fora
Ela se desfaz
Joga suas roupas fora
E nos resta,após sua sentença
gavetas trancadas
por um dia feito de fumaça

terça-feira, janeiro 05, 2010

paraíso e partida

Sinto nossas flores se abrirem...

entre tantas rosas
Entre tantas orquídeas
Junto com margaridas
andam de mãos dadas nossos versos,
A cada pétala, uma sílaba
A cada flor
Uma
palavra
uma comida

palavra, comida
que são
soam como Versos
versos revoltos
Envoltos de suor
Suor que pinga
Como tinta
Tinta extravagante
vaga
suave
vagante
Que suaviza
em seguida
mortaliza
a nós
que nos servimos
dos mesmos
em um prato feito
de alma
carne
paraíso e partida