Via e revia aqueles corpos mortos
Pensava,medicina não tem nada de literatura
Claro.
Mais fórmulas de bioquímica
Radicais e seus derivados
Pensava,medicina não tem nada de literatura
Claro.
Tecidos,glândulas,células,
E mais uma vez,
Cadê a literatura?
Convencida da ausência
Tratei de estudar o óbvio
Esquecer o romantismo
de olhos fechados
escondi meus vícios.
Passei a ser bússola
Dado viciado
Fórmulas
Fisiologia
Até anatomia.
Gostava daquele ritmo
Mas precisava da música
Gostava da teoria
Mas faltava-me alegria.
Sem pensar em poesia
Fomos conhecer a ciência fora do papel
Sem fórmulas para seguir
Sem teorias para cuspir.
Não esperava,mas de repente
Ela sorriu para mim
Perguntava de onde vinha
E foi se apressado em se apresentar
Vestia roupas velhas
E era linda
Me apresentou para alguns amigos
E só naquele momento
Encontrei o que tanto procurava.
Ali,
A literatura me abraçou
Não tinha braços nem pernas rimados
Não tinha olhos simétricos
Não tinha quase nada
Mas era poesia
apesar de alguns a chamarem de rabisco.
Era viva
Era mais que tronco,cabeça e membros
não era feita no papel nem a caneta
ou melhor,saia do papel e da caneta
era osso
carne
era gente de verdade
brotando
da alegria
do discreto sofrimento
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6 comentários:
inesperada
anatômica
a poesia que se levanta
da carne
sua poesia eh como um cisco no entendimento, uma pedra no sapato. senpre ali, presente, viva e pulsante. gosto de como vc escreve, parece escrever com o corpo inteiro. e isso eh belissimo.
bj
Quem bom que isso aconteceu. gostei.
nenemmmmm
vc ta me matando de saudade
Preciso achar a literatura, a poesia nas coisas que faço... Elas me sufocam quando não me deixam voar...
Ficou lindo=**
Insistentemente tentava encontrá-la, mas como um enamorado birrento punha a prova o teu sentimento ainda nem descoberto!!
Muito lindo lindaa!!
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