segunda-feira, setembro 15, 2008

cala-frio

Apago esse poema e reescrevo
Meu único verso anda demorado
Desacelerado.
Pinto a primeira palavra
Mas ela se desfaz
Pulo para próxima
Ela boceja e volta a dormir.
Insisto na terceira
Essa desatina e foge
Sem rumo
Sem espera
Foge da ponta da caneta
Do papel
De mim.
Cansada,espero
Espero que esse verso me ligue
Espero uma única chamada
Mas ele se demora
Talvez tenha perdido meu número
Endereço
Meu apreço.
Esqueço de uma possível lembrança
Jogo os papéis e a caneta no lixo.
Surpreendentemente,o telefone chama
É ele,meu verso
Anuncia com voz mansa
Que não achava palavra certa
Nem métrica
Então se rendeu ao clichê
Dizendo-me um tal de eu te amo.

5 comentários:

Yara Souza disse...

eu me rendo
ao teu clichê
cala-friento

Salve Jorge disse...

Vejo uma solução
Pro clichê
Que facilmente se vê
Mas é obviamente incapaz de te deter
Trouxe um inspiração
Estenda a mão
Que irá encher
Até transbordar...

thame disse...

juliiia
:~
arrepiei no "eu te amo"
sou eu siim
^^

***:

leila saads disse...

O clichê que mais mexe comigo...

Beijos!

Larissa Lima disse...

julia!
muito bom mesmo
gostei do "discurso direto"!
depois leio os outros! =D